É dever do Estado prover ensino superior
público gratuito?
Para pensarmos essa questão é preciso
fazer algumas considerações, começamos por outro questionamento: Sabemos que a
universidade pública já existe, porém à quem ela serve? E por que? Que questões
estão implícitas nessas reflexões?
Não é possível pensar essas questões
sem falar de desigualdade social, por exemplo, a polêmica questão criada pela
criação das cotas nas universidades a fim de garantir o acesso a universidade à
minorias desfavorecidas, ou como diz o geógrafo Milton Santos que prefere usar
o termo “minorizadas”. No sentido de que essas pessoas sofreram um processo de
exclusão social, não uma simples opção delas em viver às margens da sociedade,
que fique bem claro.
Os investimentos em educação apesar de
insuficientes existem sim, o que podemos notar é uma ingerência desses
recursos. Os investimentos em educação no Brasil são maiores que a nos EUA. Um
bom exemplo dessa má gestão é o da reportagem do jornal Folha de São Paulo, que
aponta que os investimentos em um aluno na cidade de Sobral-CE é a metade de um
aluno de São Paulo-SP, e, no entanto nos resultados das avaliações do governo
federal os cearenses se saíram melhor em Língua Portuguesa e Matemática.( http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/06/1303780-aprendendo-a-gastar.shtml).
Investimentos por sua vez, significam uma melhor formação de professores
competentes e politizados, remuneração digna à esses profissionais, jornada de
trabalho adequada, capacitação, prove-los de material didático de qualidade e
equipamentos multimídias, etc.
Respondendo então a questão. É dever do
Estado SIM o ensino superior
gratuito, mas para que isso seja acessível
à todos é preciso que os investimentos na educação básica sejam
prioridade, pois só assim será possível acabar com as diferenças sociais, pois
uma casa é construída a partir do alicerce, não do telhado.