sábado, 2 de novembro de 2013

É dever do Estado prover ensino superior público gratuito?

          Para pensarmos essa questão é preciso fazer algumas considerações, começamos por outro questionamento: Sabemos que a universidade pública já existe, porém à quem ela serve? E por que? Que questões estão implícitas nessas reflexões?
          Não é possível pensar essas questões sem falar de desigualdade social, por exemplo, a polêmica questão criada pela criação das cotas nas universidades a fim de garantir o acesso a universidade à minorias desfavorecidas, ou como diz o geógrafo Milton Santos que prefere usar o termo “minorizadas”. No sentido de que essas pessoas sofreram um processo de exclusão social, não uma simples opção delas em viver às margens da sociedade, que fique bem claro.
Os investimentos em educação apesar de insuficientes existem sim, o que podemos notar é uma ingerência desses recursos. Os investimentos em educação no Brasil são maiores que a nos EUA. Um bom exemplo dessa má gestão é o da reportagem do jornal Folha de São Paulo, que aponta que os investimentos em um aluno na cidade de Sobral-CE é a metade de um aluno de São Paulo-SP, e, no entanto nos resultados das avaliações do governo federal os cearenses se saíram melhor em Língua Portuguesa e Matemática.( http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/06/1303780-aprendendo-a-gastar.shtml). Investimentos por sua vez, significam uma melhor formação de professores competentes e politizados, remuneração digna à esses profissionais, jornada de trabalho adequada, capacitação, prove-los de material didático de qualidade e equipamentos multimídias, etc.

Respondendo então a questão. É dever do Estado SIM o ensino superior gratuito, mas para que isso seja acessível  à todos é preciso que os investimentos na educação básica sejam prioridade, pois só assim será possível acabar com as diferenças sociais, pois uma casa é construída a partir do alicerce, não do telhado.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Pensadores e seus conceitos ( Antropologia; Epistemologia e Axiologia )

Descartes
  
Paulo Freire
  
Sócrates

ANTROPOLOGIA 
Antropologia é a ciência que estuda as teorias a respeito do ser humano. Sendo assim, ela se divide em duas partes: Antropologia cientifica e antropologia filosófica.
Antropologia cientifica estuda o ser humano de acordo com sua visão física e cultural. A visão física estuda a evolução humana e a visão cultural, estuda as diferentes culturas em diferentes aspectos, sendo as relações familiares, costumes, tradições e linguagem.
Antropologia filosófica é o conceito que o ser humano faz de si próprio, de suas habilidades e ações que os orientam a responder a seguinte questão: o que é ser humano?
Dentro desta ciência, a metafísica ou concepção essencialista, visa as busca da essência que caracteriza determinada coisa.
Na Grécia Antiga, a educação tinha como tema a filosofia, onde a educação era voltada a formação do homem público (defender com argumentos suas ideias e convencer os demais).
Sócrates dizia que o primeiro momento da formação do conhecimento se dava através da ironia (do grego “perguntar”) e logo em seguida, como o segundo passo, a maiêutica (do grego “parto”). Por essa forma, o indivíduo aprende, ou, dá-a-luz a novas ideias a partir do momento que surge a duvida.










John Locke


Epistemologia

Epistemologia é o estudo cientifico que trata dos problemas relacionados com a crença e o conhecimento, sua natureza e limitações.
 A epistemologia divide-se em duas tendências: o empirismo e o racionalismo
No empirismo o conhecimento é baseado na experiência. Lucke dizia que o conhecimento começa após a experiência sensível. Para isso destacam-se duas ideias, a sensação (modificação feita na mente por meio de sentidos) e a reflexão (percepção que a alma tem daquilo que nela ocorre).
No racionalismo, o conhecimento se encontra na razão. Descartes usava a razão para provar a própria existência.
Através dessas tendências, surgiu o naturalismo que acrescentava o método experimental e da matematização nas ciências como a sociologia, a psicologia e a economia.
            Nesse período surgem também os interacionalistas e os construtivistas que tinham por meta superar as tendências aprioristas e empiristas. Destacavam-se Jean Piajet, Paulo Freire, Vygotsky, Gramsci, Wallon, dentre outros.
Jean Piaget desenvolveu a teoria da epistemologia genética onde afirmava que o desenvolvimento da inteligência ocorre através de estágios sucessivos caracterizados no processo evolutivo e construtivista.




Aristóteles
Max Scheler
                                       
Lawrence  Kohlberg
Axiologia

Ciência que determina valores predominantes em uma determinada sociedade, sendo eles morais, éticos, estéticos, políticos, religiosos, dentre outros.
       O que é moral?
Conjunto de regras que um ser humano faz para dividir o bem e o mal. Um  individuo, torna-se moral através da interação com a sociedade.
            Na educação moral, o individuo deverá assumir regras que possibilitam o amadurecimento pessoal. É no momento que o jovem passa da Heteronomia (comportamento infantil) para a Autonomia (comportamento próprio = adulto). Desenvolve-se responsabilidades e o individuo começa a assumir pelos seus atos.
Sendo assim, a educação moral deverá atuar tanto no campo pessoal, quanto no campo social do adolescente.
       Valores políticos:
É a relação ou um conjunto de relações por meio das quais os indivíduos interferem nas atividades de outros indivíduos.
Ninguém deve se manter apolítico, pois sendo assim será sujeito a qualquer tipo de manipulação.
       Valores estéticos:
Significa a compreensão pelos sentidos. A arte é uma forma de conhecimento que organiza o mundo por meio do sentimento, da intuição e da imaginação.
           É importante a aplicação da matéria de artes na educação infantil, pois, ela tem a capacidade de formar a personalidade integral do aluno e de equilibrar a inteligência e o sentimento.
A emoção diferencia-se do sentimento, pois, designa um estado psicológico que envolve profunda agitação afetiva e o sentimento é uma relação cognitiva que reconhece várias estruturas do mundo.



terça-feira, 10 de setembro de 2013

Educação Humana, ou humanizadora?




           Para iniciar a discussão sobre uma educação humanizada, primeiramente é preciso atentar para o conceito de humanização, que nada mais é, que a construção do sentimento humanista no ambiente escolar.
        Humanizar o ser humano através da educação significa ensina-lo a ver a vida e o mundo com olhos humanos, significa fazê-lo entender a si mesmo e compreender o mundo em que vive, como pessoa pensante e que integra um grande contexto, político, social e geográfico, para que desta forma ele passe a ser o sujeito da transformação e não o objeto a ser transformado. Para que ocorra essa humanização é preciso uma educação humanizada e humanizadora, educação esta pautada em práticas humanistas, com o compromisso que vai além da educação formal, ou seja, da alfabetização, da leitura do texto, mas que proporcione a leitura do contexto, a leitura do mundo. Paulo Freire afirmava: “que para a educação é imprescindível a formação de cidadão críticos, ativos, sujeitos históricos que intervenham no processo da formação da sociedade.
          Para que ocorra essa educação, o docente não pode ser alheio, tão pouco satisfeito e alienado. Guimarães Rosa dizia: “O animal satisfeito dorme”, sendo assim, cabe a ele a missão de proporcionar e estimular o senso crítico de seus educandos, fazer deles seres pensantes, éticos, responsáveis e com uma insatisfação positiva permanente, (insatisfação que leva a ação). Quanto mais se conhece a política, a sociedade, o mundo e a realidade em que se vive, quanto mais inconformado com a injustiça, mais se luta. O poeta Sérgio Vaz diz: “Milagres acontecem quando a gente vai à luta”.
          A competição exacerbada, modernismo, individualismo, globalização, tecnologia, carência de valores como, respeito, diálogo, amor, compreensão, compaixão, nos torna, cada vez mais desumanos. A máquina passou a substituir, o que antes era contato físico, vivemos então na era da depreciação de princípios: tais como família, amigos, etc. O homem passou a dedicar sua vida à tecnologia, o que deveria ser o contrário, e é por isso a necessidade de uma escola humana. A pedagogia é uma ciência essencialmente humana. Entende-se responsáveis por essa humanização todos os envolvidos na educação que são: educadores, administradores e agentes, enfim, todos que trabalham na instituição, porém a escola sozinha não consegue ser eficaz se não tiver a ajuda da família. Desta forma é muito importante que o educador tenha a sensibilidade e a humildade de notar e valorizar a bagagem trazida por essa criança, o que é chamado de currículo oculto que nada mais é que o conhecimento, valores, experiências dessa criança.
          O educador é acima de tudo um eterno reconstrutor da sua prática, propõe, avalia, recria, e esses educadores são notados em muitas ações que deram certo. No município de Santa Barbara d’Oeste, foi implantado o projeto FAPE (família, amor, paz e esperança) que tem como principal objetivo discutir os problemas da escola com a comunidade, pais, alunos e funcionários, que assim participam e dividem responsabilidades, o combate às drogas, violência no ambiente escolar, violência familiar, atividades culturais entre outros são fatores e acontecimentos que influem diretamente na educação das crianças, na qualidade do trabalho dos educadores, na gestão escolar. Como dito no início, para se alcançar uma educação humana é necessário que os educadores e a escola sejam humanos, que já vivenciem esses valores, para que se tenha uma sociedade formada por cidadãos éticos que valorizem o respeito, o bem comum, a solidariedade, uma simples questão essencialmente HUMANA que é a cidadania.